2009/08/19

O POETA HETEROCARPO

O linguísta Vasco Graça Moura, apoiante da Velha Senhora,
continua de diarreia. Semanalmente, no DN, debita prosa cheia
de veneno, conspurcando aquele jornal. Hoje não fugiu à regra.
Este etimologista que eu apreciei como poeta, transformou-se
num boião de veneno, vá lá saber-se porquê. Talvez por ter
abusado da heteronímia. Na verdade o vate é deputado europeu,
militante do PSD, comentador, linguísta, poeta, tradutor de
mortos, fumador incurável. Por tudo isto, não admira que VGM
esteja dividido, insatisfeito, iroso, com desejo de estar sempre
onde não está. Na sua prosa de hoje fala de "patetices", "liturgia
do efémero", "vigarice política", "elucubrações", distorções",
"fraude", and so on. Terá o poeta-polítiqueiro aprendido este
vocabulário com as traduções de Goethe e Dante Aligheri?
Que ele está pouco católico, está. Repete-se e serve de eco às
palavras da Velha Senhora: tres décimas do PIB português
devem-se à "evolução da conjuntura internacional e a razões
a que de todo somos alheios", escreve o vate. O desemprego,
esse sim, é obra de todos nós, sugere o poeta-politiqueiro.
Somos culpados pelos "18,3 por ciento de paro en España"
e tambem pelos 9,2 por cento na Alemanha... Isto sim, não
é efeito da conjuntura internacional. O vate termina a palrar
gulosamente sobre o "desapoio ao PSD" que parece resultar
de um "enxundioso carneiro com batatas". Evoca a ASAE,
como se estivesse a misturar alhos com bugalhos.
Não li o resto. O vate está a ficar xéxé.

Nesta vida encontramos seres verdadeiramente asquerosos e temíveis.

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