GRELHA DE PARTIDA

Este fim de semana as máquinas partidárias já mostraram como
vai ser a campanha eleitoral, cheia de ataques pessoais, de demagogia,
populismo e promessas, muitas promessas. Enquanto José Sócrates
fala de inovação, modernidade e solidariedade, a Velha Senhora fala
na defesa dos bons costumes, do truca-truca com fins de procriação e
das fobias que a atormentam, como seja a claustrofia, a chilreada, a
alegria dos arraiais. A aspirante a Dama de Ferro tem um discurso
medieval, paroquial, cheio de coisas velhas e bolorentas. Já o cardeal
Louçã, esse cínico de arromba, considera-se o único partido capaz de
salvar a matriz de esquerda. Promete o céu e a terra para todos. O
camarada Jerónimo sabe que o PS é o esteio do Estado Social, mas
custa-lhe admitir isso em público. "Basta de injustiças", responde ele.
Paulo Portas, esse beijoqueiro descarado, acomete contra aqueles
que vivem do RSI, contra os arruaceiros (não os da CAP) e contra
o Estado ladrão das PMEs. Nada de novo aqui, pois o discurso de PP
vem no seguimento da guerra que travou com as Women on Waves,
quando mandou a nossa Armada perseguir o batel daquelas que lhe
atiraram com preservativos. Portas não tem Programa de Governo,
porque ainda não sabe se vai ganhar votos. Por ora anda de feira
em feira, beijando velhas e novas, enquanto o H1N1 lho permitir.

Com o discurso da Velha Senhora, o grande partido da oposição não vai
ganhar muito se continuar a falar do passado enquanto ignora o futuro.

O PARTO DA VELHA SENHORA

Finalmente Manuela Ferreira Leite, líder do PSD deu, de parto
avançado, o seu Programa de Governo. Custou, mas o parto correu
bem, embora o objecto seja minimalista, pois representa apenas um
terço do Programa do PS. Na verdade não resultou numa folha A-4
mas o historial do parto não vai alem de 40 folhas, 1/3 da história
contada pelo PS. Não admira que assim seja, pois a Velha Senhora
enveredou pelo "low-profile" da verdade; não se compromete com
nada, e, assim, mais tarde, ninguem a pode acusar por não cumprir
as promessas. A Velha Senhora apenas promete verdade... Não tem
coragem para mais, e os seus conselheiros não se atrevem a avançar
com nenhuma dica. Isto mostra, da parte do PSD, a falta de ambição
da sua liderança, mas tambem a ausência de ideias de toda uma
equipa que pretende governar Portugal.
O objecto gerado pela Velha Senhora foi escrutinado por analistas,
historiadores, jornalistas, sociólogos, comentadores a recibo verde.
Caiu no goto da maior parte deles, alguns acharam pouco, em menor
número houve quem se lamentasse por o PSD não ser mais liberal.
De qualquer maneira o parto tardio correu bem e até já se nota um
ambiente de distensão no meio das mais obscuras categorias de
comentadores da nossa praça. Ainda bem, o país estava a precisar
de serenidade. Agora vamos esperar pela campanha eleitoral.

A harmonia pode existir na diversidade, desde que todos se respeitem.

PSD NÃO GOSTA DE ÉTICA

Na tertúlia estival, organizada pelo PSD em Portalegre e destinada
ao tirocínio de jovens militantes social-democratas, Marques Mendes
fez uma abordagem à Ética em Política. Este tema parece não ter
causado engulhos aos neófitos em tirocínio mas, como ouvimos e
lemos, causou náusea a alguns militantes do PSD, designadamente
a Paulo Rangel, que ali defendeu a separação da Ética da Política...
Este senhor tem sido a estrela alba da actual líder do PSD, e deve a
ela o lugar que ocupa no PE. Rangel para ser líder parlamentar em
S. Bento teve de inscrever-se como militante do PSD, pois era um
independente. E a Velha Senhora, habituada às intervenções lisas
do anterior líder parlamentar Pedro Santana Lopes, gostou da voz,
do verbo e da actuação de Rangel. A sua voz fazia lembrar o Botas.
A sua argumentação era melífica, maquiavélica, bem trinada. Não
admira portanto que, passados alguns meses, o deputado Rangel
comece agora a mostrar o seu pendor maquiavelista, savoranolista
e neo-conservador-tardio. O deputado disse que a Ética tem de ser
separada da Política... e está tudo dito, Rangel é assim mesmo, um
pneu furado, redondo, melífico, que não serve a democracia. Talvez
sirva como déspota iluminado, que aos costumes diz nada e à Ética
ainda menos. Aos poucos a voz de falsete vai revelando a verdade.
Aliás, a Velha Senhora já um dia afirmou que seria bom "governar
6 meses em democracia e outros 6 em ditadura" -- isto diz tudo.
Decididamente, o actual PSD continua incapaz de se afirmar pela
positiva. Entretanto, a economia vai recuperando, e as fábricas vão
chamando os operários que se encontravam em lay-off. Adiante...

Há valores morais e estéticos que são normativos para a nossa civilização.

EUFORIA ACACIANA

A generalidade das tropas do PSD está convencida de que a batalha
das legislativas já está ganha. Alguns dos peões que se encarregam de
proteger e alentar a Velha Senhora, tais como o Conselheiro Acácio
Aguiar Branco, o Abrupto Peicheco Pereira ou o Mefistofles Vasco da
Graça Moura, estão delirantes com o resultado das suas "sondagens".
Acreditam que a Velha Senhora vai chegar a S. Bento, não por mérito
próprio, mas por demérito do governo de José Sócrates... Atrevidos!
Isto configura a existência de gente lunática no circulo de conselheiros
da futura Dama de Ferro. Economistas como António Borges, que nos
primórdios da crise financeira mundial foi despedido do Goldman
Sachs por falta de produtividade, tambem é de opinião que, com ou
sem Programa de Governo, o PSD vai ganhar as eleições. Mais: faça
muito ou faça pouco, a Velha Senhora sempre fará melhor do que faz
José Sócrates. Esta gente parece ter entrado em paranóia. Tomam os
desejos por realidade... E não ouvem, nem vêem, nem sentem os
descontentes que barafustam dentro do partido. Com gente desta,
como pode este país ser bem governado? Bom seria que estes
aduladores da Velha Senhora tivessem sido recilados em Portalegre,
sendo obrigados a frequentar a Universidade de Verão do PSD,durante
uma semana, e tendo como lente de Ética Política o ex-líder do PSD,
Luis Marques Mendes. O régulo da Ilha, que disparata contra os
fascistas do Contenente, tambem devia frequentar as aulas de Ética.

POPULISMO

O condestável Paulo Portas, nestes dias de pré-campanha,
tem sido o dirigente partidário que mais vezes aparece na RPT
fazendo campanha eleitoral. Se fizer outro tanto durante os dias
que antecederem as eleições, vai certamente superar a imagem
triste e apagada da Velha Senhora. Paulo Portas anda frenético,
suado, mas muito alegre. Ele sente-se bem no meio das peixeiras,
delira com as feiras francas, beija ciganas e padeiras, dá apertos
de mão a ciganos que não lhe recusem o cumprimento... Vale tudo
para ganhar votos. Só que desta vez PP teve uma nega. Um cigano
negou-lhe a mão, e disse-lhe que, ao combater o RSI, Paulo Portas
não devia andar por ali, a pedir o voto dos mais pobres... Mas PP,
como populista e demagogo, não se apercebe das suas contradições.
O trotzkista Francisco Louçã, que é um populista cínico, pede mais
emprego, chora os desempregados, pede mais subsídios para estes.
Ao mesmo tempo defende a "espoliação" dos ricos, a nacionalização
da Banca e dos Seguros, tudo para "criar" mais emprego. Ainda me
lembro quando um empresário da indústria de construção civil, uma
das nossas grandes empresas com obras em diversos continentes,
acordou com a CGD uma moratória da sua dívida, dando de caução
as suas acções da Cimpor... O resto é conhecido. Os mercados
accionistas mundiais estavam desvalorizados, mas nesta altura,
passado meio ano, aquelas acções subiram quase 60 por cento e já
excedem largamente o valor ajustado para a caução da dívida.
Louçã à data do acordo barafustou, acusou tudo e todos de estarem
a "salvar" o empresário com o dinheiro do povo... O cinismo político,
em Louçã, anda aliado à demagogia e ao populismo mais rasteiro.
Louçã não pensou nos milhares de empregados da Soares da Costa,
que trabalham em África, América e Europa. Louçã gostaria que o
empresário Manuel Fino falisse, e levasse ao despedimento de uns
milhares de empregados. Nesta altura é a CGD que esfrega as mãos
de contente, pois fez um bom negócio e evitou que cerca de 20 por
cento do capital da Cimpor fosse parar à mão de investidores de
outros países -- que há muito procuram o controlo da cimenteira.
É preciso cuidado com os populistas deste jaez.

É preciso estar consciente, quando se trata de fazer opções políticas.

DEMAGOGIA E POPULISMO

Demagogia: "submissão excessiva da actuação política ao agrado
das massas populares"; Populismo: "movimento, por vezes liderado
por um chefe carismático e paternalista, que apela às simpatias
populares". Estas citações são da Porto Editora no seu Dicionário
da Língua Portuguesa. É bom termos presente o real sentido das
palavras sempre que vemos, ouvimos e lemos os políticos da nossa
praça, nestes tempos de cólera política. Mesmo quando vêm dizer
que não se "comprometem" em nada, pois essa afirmação tambem
é demagógica, falsa e populista. Cuidado, demagogia e populismo
tanto são de esquerda como de direita. E é nestes "tempos de cólera"
(com a crise económica e financeira global) que nos chegam, todos
os dias, discursos demagógicos e populistas, vindos de dirigentes
políticos que apenas querem chegar ao poder, não a pensar no país
e nos portugueses, mas apenas no pessoal da sua paróquia, ou seja
do seu partido. Cuidado com os candidatos que tudo prometem,
cuidado com os que em nada se comprometem (a não ser "rasgar",
furar, rebentar, estoirar, destruir) porque, para ajudar a tirar o país
desta críse global, o que precisamos é de gente enérgica, combativa,
com ideias inovadoras e capaz de mobilizar os portugueses com vista
a vencermos e sairmos do marasmo em que nos encontramos.

Nos antípodas do mundo: Monte Cook e Lago Pukaki, Nova Zelândia.

O POETA HETEROCARPO

O linguísta Vasco Graça Moura, apoiante da Velha Senhora,
continua de diarreia. Semanalmente, no DN, debita prosa cheia
de veneno, conspurcando aquele jornal. Hoje não fugiu à regra.
Este etimologista que eu apreciei como poeta, transformou-se
num boião de veneno, vá lá saber-se porquê. Talvez por ter
abusado da heteronímia. Na verdade o vate é deputado europeu,
militante do PSD, comentador, linguísta, poeta, tradutor de
mortos, fumador incurável. Por tudo isto, não admira que VGM
esteja dividido, insatisfeito, iroso, com desejo de estar sempre
onde não está. Na sua prosa de hoje fala de "patetices", "liturgia
do efémero", "vigarice política", "elucubrações", distorções",
"fraude", and so on. Terá o poeta-polítiqueiro aprendido este
vocabulário com as traduções de Goethe e Dante Aligheri?
Que ele está pouco católico, está. Repete-se e serve de eco às
palavras da Velha Senhora: tres décimas do PIB português
devem-se à "evolução da conjuntura internacional e a razões
a que de todo somos alheios", escreve o vate. O desemprego,
esse sim, é obra de todos nós, sugere o poeta-politiqueiro.
Somos culpados pelos "18,3 por ciento de paro en España"
e tambem pelos 9,2 por cento na Alemanha... Isto sim, não
é efeito da conjuntura internacional. O vate termina a palrar
gulosamente sobre o "desapoio ao PSD" que parece resultar
de um "enxundioso carneiro com batatas". Evoca a ASAE,
como se estivesse a misturar alhos com bugalhos.
Não li o resto. O vate está a ficar xéxé.

Nesta vida encontramos seres verdadeiramente asquerosos e temíveis.

PROFESSORES SEM AVALIAÇÃO, JÁ!

Este é o país salazarento que instituiu o regime corporativo,
este é o país das corporações medievais, atrás das quais
sobrevivem alguns incompetentes profissionais quer seja na
área do ensino, da medicina, da advocacia ou da função pública.
As corporações eram controladas pelo regime, e a contestação
ao governo não era permitida, pelo que todos as associações,
sindicatos ou ordens limitavam-se a viver sem refilar. Foi um
caldo cultural que teve consequências nefastas, já que a maioria
do funcionalismo público ainda hoje se comporta como se
estivesse num regime de "condicionalismo industrial", onde cada
um está protegido por uma espécie de alvará, evitando, assim, a
concorrência. O funcionário do Estado, no pós-25 de Abril,
passou a receber aumentos de salário sem ser avaliado;
recebiam todos por igual, trabalhassem uns mais do que outros,
estivessem alguns ausentes ou com baixa largos dias do ano.
Era uma rebaldaria. Quando, por fim, o governo de José Sócrates
legisla no sentido de reformar e moralizar o desempenho dos
funcionários do Estado, eis que as Corporações (sindicatos e
ordens) se recusam a aceitar a avaliação ao seu desempenho,
para evitar, assim, a reforma da Administração Pública. Neste
momento, a poucos mais de um mês das legislativas, diversos
lóbies estão em campanha contra o PS ("Não votes neles!
Cuidado!") na esperança de que o vencedor em 27 de Setembro
seja o PSD dirigido por Manuela Ferreira Leite, a Velha Senhora
que prometeu "rasgar", "anular", "cancelar" "acabar" com as
reformas de José Sócrates... Trata-se de uma campanha suja,
que prejudica o futuro do país e lesa o Estado, pois somos todos
nós que pagamos aos funcionários públicos, designadamente aos
professores confederados no Movimento Mobilização e Unidade...
Não haverá aqui a benção dos professores-quadros do PSD.
A logística do movimento pode estar em marcha com o apoio da
actual direcção do partido da Velha Senhora.

A águia captura peixe com as suas garras, mas a gaivota espera roubar-lhe a presa.

IRMÃOS DESAVINDOS

"Cada macaco no seu galho"-- este devia ser o lema dos nossos
políticos, pois, se assim procedessem, evitariam dar tiros nos
próprios pés. Cada vez que um político bota discurso, dentro
ou fora do seu partido, sobre tudo ou coisa nenhuma, está-se a
expôr ao rídiculo, falando de coisas absurdas. Veja-se o caso de
Ferro Rodrigues, ausente do país como embaixador da OCDE,
que acordou agora para "dar conselhos" ao PS... Ferro está
ausente da política há mais de quatro anos, e, inopinadamente,
veio agora falar para os jornais, aconselhando o PS a fazer
coligação com o camarada Jerónimo e com os trotzkistas
do BE, caso vença as eleições com maioria relativa. Mas,
atenção, caso estes dois partidos não aceitem, Ferro recomenda
ao PS um acordo com o PSD... Ora, Jerónimo e Louçã reagiram
de imediato, negando essa possibilidade, como aliás o têm dito
sempre. Resta, assim, a hipótese de acordo com o PSD liderado
pela Velha Senhora, que sempre renegou tal aproximação. É
uma táctica política para forçar o eleitorado a votar mais no
respectivo partido. A sugestão de Ferro é patética, e não se
compreende o que tem por objectivo. Ferro Rodrigues é um
homem da esquerda tradicional, a esquerda que apenas pensa
dar regalias e dinheiro, não se preocupando donde poderá ele
chegar. É igual a Jerónimo ou Louçã, querem crescer, ter mais
votos; prometem tudo, porque sabem que não vão governar.
Nestes termos é incompreensível o apelo de Ferro para o PS se
aliar ao PSD... Há que ter coerência política. Nenhum dirigente
da velha esquerda aceitaria governar com o PSD, portanto como
é possivel Ferro Rodrigues fazer tal sugestão? Será para dividir
o eleitorado, e mostar que ele (Ferro), quer voltar a secretário-
geral do PS? É tudo muito estranho.
Já bastava ao PS o poeta Alegre, vem agora Ferro juntar-se ao
reviralho... O silêncio (na praça pública), em momentos de
emergência é de ouro. O lema "cada macaco no seu galho" serve
para todos os partidos e todos os seus militantes.

Namíbia não é só deserto. Cataratas de Ruacana

FALAR VERDADE -- disse ela

Quem esteja de fora, mas atento ao que os políticos dizem, acaba
por se desinteressar do que eles dizem e fazem, já que a maioria
dos "profissionais da política" julgam que nós, os eleitores, somos
parvos. Negam a evidência, distorcem a realidade, para apenas
servirem os seus interesses -- nunca os do país. Claro que há
pequenas excepções, há políticos honestos, probos, com ética.
Mas hoje em dia a honestidade intelectual, em política é tida como
coisa do passado; o que está em moda é a "clubite", o "jogo sujo",
o "ataque soez" -- tudo à boa moda futebolística. Hoje a Velha
Senhora, pretendente ao cargo de primeira-ministra deste país,
disse que Portugal não faz parte da comunidade internacional,
tão pouco da União Europeia. Pasme-se. Todo este jogo de rins
para dizer que, os 30 por cento de crescimento do nosso PIB no
II Trimestre,se deve ao crescimento da actividade internacional...
Já o condestável Portas reclama mais polícia para malhar nos
portugueses que não queiram trabalhar e vivem do RSI; o
trotzkista Louçã quer aumentar as reformas retirando dinheiro
aos banqueiros; o camarada Jerónimo pretende que Portugal saia
da UE e se combata os grandes capitalistas privatizando a banca
e os seguros... O discurso da Velha Senhora é feito para todos
aqueles que se esquecem de que este país está integrado na UE,
donde chegam algumas directrizes que condicionam a actividade
política, económica e financeira do governo. Mas esta nossa
candidata a Dama de Ferro quer dizer-nos que não devemos
apoiar empresas dedicadas à exportação porque isso vai aumentar
-- indirectamente -- o crescimento económico do país; o país deve
crescer com o consumo interno... Meus Deus, que discurso tão
trapalhão, tão desonesto, tão mesquinho, sem ponta nenhuma de
verdade. Como pode a Velha Senhora "falar de verdade",
quando usa e abusa da mentira?

Os animais selvagens competem entre si, mas aceitam a derrota com humildade.

OS MASOQUISTAS DO PESSIMISMO

Foram hoje divulgadas estatísticas que apontam para o fim da
recessão na Alemanha, França e Portugal. A nossa economia
cresceu umas décimas no último trimestre e há indicadores que
podem confirmar o início da recuperação económica. Pois bem,
de um lado está a Associação Empresarial Portuguesa que se
congratula com estes dados; do outro estão os "políticos"
defensores do "quanto pior, melhor" a negar tudo o que o INE
e o Eurostat publicaram. Esta gente é pessimista por vocação,
é masoquista pelo prazer que sente no sofrimento causado a si
mesma... "Não senhor, isso é propaganda do PS, o governo nada
fez para ultrapassar a crise, o desemprego continua a crescer" --
esta é a resposta dos "masoques" aos dados fornecidos pelo INE.
Com gente desta, que prefere flagelar-se em pensamentos e
palavras negativistas, como pode este país assumir um novo
paradígma de desenvolvimento? Os Velhos do Restelo continuam
a lamentar-se na praia, choramingando como máter-dolorosa,
impotentes, sem ideias nem trabalho.
Caramba, acabem com as lamentações, levantem-se do chão,
olhem em frente, façam qualquer coisa de positivo pelo vosso
país. Abaixo os masoquistas do "bota-abaixo"...

É uma duna em Sossusvlei, deserto da Namíbia, mas na aridez desta paisagem
podemos ver os masoquistas que se flagelam para sofrer, não para produzir...

AINDA A PROCISSÃO VAI NO ADRO...

A classe política e a maioria dos portugueses ainda está a gozar
as férias de agosto, mas as tricas com as listas de candidatos do PSD,
propostos pela Velha Senhora, estão a infernizar o partido que era
suposto vir a ganhar as eleições legislativas. A cada dia que passa
cresce a contestação à Dama de Ferro que tinha aspirações a
suceder a José Sócrates. Inebriada com a vitória de Pirro nas
europeias, a autoritária Senhora tem-se mostrado incapaz de
unir o PSD e de apresentar um programa eleitoral que
ensombrasse o do PS. À sua volta giram dois ou tres yes-men,
obdientes e bajuladores, que impedem a Senhora de se aperceber
da realidade. Daquelas bandas não se espera nada de bom nem de
inovador. É um desperdício de tempo, uma aridez de ideias.
Entrementes o camarada Jerónimo afirmou que nunca apoiará
Sócrates enquanto este defender o grande capital, e o condestável
Paulo Portas estranha não encontrar Sócrates na rua --- como se a
campanha eleitoral já tivesse arrancado. Os trotzkistas... continuam
a banhos. Por entre a poeira levantada nas hostes da Dama de Ferro,
um grande nome se destaca na prosápia vernácula, acintosa e
desbragada com que defende sua dama: trata-se do tradutor, escritor,
comentarista, euro-deputado, polemista e poeta (lá vai tempo) Vasco
Graça Moura. No DN de hoje vem zurzir contra todos os que atacam
a Velha Senhora... Constará ele nas listas apresentadas por Manuela?

Paisagem de pastagens com o Monte Cook em fundo, Nova Zelãndia

ASSIM PREGAVA FREI TOMÁS

A máquina partidária da oposição está a meio gas devido ao calor
estival, mas no PSD da Velha Senhora a pressão é tão grande que
os descontentes não se calam e acusam a dirigente de ser autoritária,
sectária, persecutória. A Velha Senhora, que aspira a ser a Dama de
Ferro lusitana, já fez saber que está atenta: não faz declarações sobre
outros partidos, não aceita ouvir as lamentações daqueles que foram
arredados das listas por terem votado noutros candidatos a líder,
mantém a candidatura de deputados auguidos, um à AR e outro à
CML, não recebe lições de ninguém sobre honestidade e verdade...
Por este andar, vai caindo por terra todo o cenário montado pela
Velha Senhora: "falar verdade", ter ética e autoridade moral.
Assim, aos poucos, o PSD mostra que não passa de um lóbi de
interesses, nada fazendo para o futuro de Portugal. Pra pior,
já basta assim. Bem pregava Frei Tomás, que dizia uma coisa e
fazia outra diferente.

Nova Zelândia: cultura da lavanda para a indústria de perfumaria.

FORAM TODOS A BANHOS

Está um silêncio de morte. Não fora o assalto de pirataria
cometido hoje pelos confederados do "31 da Armada" à séde da
Câmara Municipal de Lisboa e tudo seria uma pasmaceira. Foram
todos a banhos e, pelo visto, António Costa e o MAI não cuidaram
de proteger o património municipal.
Os flibusteiros do "31 da Armada" assaltaram a edilidade, à boa
maneira dos ambientalistas da Green Peace, e, com esta acção,
podemos adivinhar como vai ser a luta destes confederados durante
a campanha eleitoral para as autárquicas. Nunca os trotzkistas do
BE teriam a ousadia de fazer semelhante coisa, nem tão pouco
Jerónimo de Sousa, este para não trazer à memória o filme de
Eisenstein, o Couraçado Potemkin...
Nestes dias em que a élite política rumou a sul para se banhar
frente aos países do Magrebe, sente-se a falta da Velha Senhora,
estranha-se o silêncio de Peicheco Pereira, a ausência do Vasco PV,
o mutismo do Dr. Marcelo, o eclípse da Manuela Boca Guedes;
resta-nos a cara do Moniz que, tal como o sol em dia enevoado,
tão depressa aparece como se esfuma.
Hoje fico por aqui, a observar o horizonte, à espera dos ausentes
na certeza de que, ainda este mês, vamos ser assaltados pela arraia
política que agora se bronzeia nas praias algarvias. Vem aí o fogo,
chamem os bombeiros.

AS ORIGENS DESTA CRISE

Está visto que o PSD de Manuela Ferreira Leite nada tem de
novo para apresentar ao páis. Por isso é necessário que o PS
continue a governar e que José Sócrates - que resolveu o
problema do défice das contas públicas e deu um abanão nas
"corporações" retrógradas - explique agora ao país porque é que
o seu governo não conseguiu melhorar a economia.
José Sócrates e o PS devem chamar a atenção dos portugueses
para não se iludirem com as "promessas" da oposição, pois não é
possivel fazer melhor enquanto a economia não avançar. O tsunami
financeiro mundial atingiu todas as economias, mesmos as mais
flurescentes e mais sólidas. Até aí, a economia portuguesa estava a
crescer, mas a crise financeira iniciada com o subprime americano,
atingiu todos os países, deixando alguns em estado de falência técnica,
como seja a Irlanda, a Islândia, a Hungria...
Claro que a oposição não "vê nem sabe disto". Para ela o causador
de todos os males, é José Sócrates. Resta à oposição "negar", e fazer
promessas... O eleitorado conhece José Sócrates, sabe que pode contar
com ele para enfrentar a modorra e a paralisia que invadiu o país.
Sócrates tem ideias, coragem e dinamismo para levar Portugal a sair
desta crise, uma crise que afecta todo o mundo e poderia ter acabado
com o sistema capitalista. Plano Tecnológico, energias renováveis,
obras públicas, novos mercados para as nossas exportações podem
fazer toda a diferença -- sobretudo quando a oposição não tem ideias
nem projectos para o futuro do país.

A VELHA SENHORA

Finalmente Manuela Ferreira Leite apresentou as listas dos
candidatos a deputados às eleições legislativas de 27 de Setembro.
Não vai ser fácil ao PSD ganhar a batalha, já que as "tropas"
escolhidas por Ferreira Leite são antigos combatentes, cansados e
gastos pelo tempo, quase tdos eles com mais de 20 anos de desgaste.
São da mesma incorporação da chefe em exercício, e veja-se como
a senhora é: autoritária, arrogante, vingativa.
O PSD está chocado, ficou combalido, e vai haver intriga por entre
os que ficaram fora das listas. Todos os que alinharam com Vila Real,
ficaram de fora; os que apoiaram a Velha Senhora foram compensados,
como é o caso do abrupto Pacheco Pereira, e os fiéis do cavaquismo.
Não se vê sangue novo, gente fervente, apenas gente do passado,
cansada e acomodada. Tal como a generala: velha, seca, árida, solitária.
Com gente asim, não é bom para o PSD, e muito menos para o país.
Sinceramente, não vejo como é possivel que alguem queira governar
este país, utilizando cartas do baralho cavaquista de há mais de 20
anos... A coisa está preta. Mandem a senhora cuidar dos netinhos.
Renovem o PSD, para bem deste país... E deixem estar José Sócrates.

INICIAR A CONVERGÊNCIA

Dois anos após o encerramento do Abrangente, iniciado em
2003, volto agora, desta vez com o Convergente. É que os tempos
andam confusos, e, com eles, andam os portugueses. Aproximam-
se eleições legislativas e desejo participar neste combate. Pela
modernidade, pela inovação, por um novo paradigma para a
economia portuguesa, pois só assim haverá saída para o nosso
futuro. Para isso, e porque anda por aí muita gente a rasgar, destruir,
retornar ao passado -- é gente do passado -- qualquer esforço no
sentido de aclarar as opções do eleitorado é importante. É preciso
defender um novo paradigma para o país. O actual governo fez
algumas reformas e projectou ideias para o futuro. A juventude de
hoje está numa escola diferente da de ontem. O futuro será feito
com os jovens, mas para isso é preciso abrir caminhos e dar-lhes
meios tecnológicos para se prepararem. Não se pode voltar ao
passado, rasgando, omitindo, baralhando tudo.
É preciso convergir.